
Vivemos tempos em que os animais de estimação ganharam um novo status: são filhos, netos, terapeutas, influencers e, em muitos casos, os únicos membros da família que não causam discussões ao domingo. Há cães que dormem melhor que muitos brasileiros (almofada viscoelástica, lençóis com 300 fios, música ambiente). Gatos que têm mais brinquedos do que a loja mais top, do ramo, da tua cidade. E até periquitos com playlist no Spotify. O amor é real — e às vezes um bocadinho exagerado (mas vá, tudo bem, essa régua é muito pessoal, não cabe julgamentos.)
São os peludos, “penudos”, e “escamudos“ — segundo a Abinpet, os pets mais populares, no Brasil, em ordem decrescente: cães, aves, gatos e peixes ornamentais.
E sobre os mais ativos, arteiros, trazemos a trama em torno de quem sumiu com o teu chinelo, mastigou a tua meia que caiu do varal ou quem fez xixi no sofá. De um lado, temos os “pais e mães de pets” que tratam seus bichinhos como se fossem os herdeiros de uma fortuna. Eles têm mais fotos dos seus cães, gatos, pássaros, no celular, do que de amigos e familiares.
Mas, por outro lado, temos os que adotam um pet e, depois de um tempo, acham que o bichinho é como um brinquedo que perdeu a graça. “Ah, não quero mais, vou deixar na rua”, pensam, como se o animalzinho fosse um par de meias furadas. E aí, meu amigo leitor, a coisa fica séria!
A verdade é que ter um pet é uma responsabilidade que vai além de dar carinho e fazer vídeos engraçados para o TikTok. Falando, especificamente, das quatro patas, atualmente meu coração vibra mais forte por conta da vira-lata caramelo Pipoca e a gatinha Mimi, que eram “moradoras” de rua e hoje tem meu endereço. E tenho um netinho pet, também, o pequeno e adorável Simba. Esses bichinhos são verdadeiros terapeutas, ou capazes de transformar um dia ruim em um momento de alegria com um simples abanar de cauda. Eles nos ensinam sobre amor incondicional, lealdade e, claro, a arte de viver o presente. Quem mais vai te dar um olhar tão puro, cheio de amor e gratidão, todos os dias, enquanto você tenta entender por que a casa está cheia de pelos, comedouro, bebedouro, e essa desordem toda, é o que menos importa?
Mas o curioso — ou triste, mesmo — é que enquanto uns tratam os bichinhos como filhos, outros continuam a vê-los como descartáveis. Vai de férias? Larga-se o cão. Mudou de casa? Gato não combina com o novo sofá. Nasceu um bebé? O animal "já não se encaixa". E a desculpa é sempre a mesma: "Não tive outra escolha.” Sinto dizer a verdade reta e direta — teve, sim. Escolheu não amar, infelizmente.
Então, que tal a gente lembrar que esses seres incríveis, não são autossuficientes, não tem o poder de escolher os rumos de suas vidas e merecem um lar cheio de amor e respeito? (aliás vai minha homenagem, admiração e gratidão a(o)s voluntários envolvidos, diariamente, nessa causa sofrível) ... continuando — Afinal, eles não são apenas pets; são parte da nossa família e do nosso sistema emocional. Vamos olhar para eles como “vidinhas” que importam. Prova disso são as histórias das muitas vidas mudadas por causa dessa convivência, sobre os benefícios, emocionais e fisiológicos que esses animais proporcionam! E se você não está pronto para isso, talvez seja melhor investir em um bom cacto, é uma opção. Esse não faz xixi dentro da tua casa, mas também não vai te dar aquele olhar que derrete o coração, nem fazer aquela festa na tua chegada, como um bilhete premiado, polpudo, na vida de alguém. E na hora que enjoar e descartar, esse não vai sofrer por aí.
Quando decidimos ter um bichinho nas nossas vidas, estamos abrindo espaço para entender, sentir e vivenciar um amor singular, onde não se sabe quem está salvando quem nessa história.
Sim, sou uma Petlover, sim sou abençoada!